sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Minha Mãe é uma Peça - Crítica de filmes


Mais do Mesmo

O filme Minha Mãe é uma Peça conseguiu ultrapassar a barreira de 4 milhões de expectadores, feito surpreendentemente normal devido ao aquecimento do mercado de comédias nacionais, entretanto a qualidade fílmica é bastante similar há outros títulos do gênero como Odeio o dia dos namorados e Até que a Sorte nos Separe, pois são obras lucrativas, feitas só para entretenimento, cheio de estereótipos e esquecíveis.

O longa é uma adaptação da peça homônima, onde Dona Hermínia (Paulo Gustavo) é uma mulher de meia idade, divorciada do marido (Herson Capri), que a trocou por uma mais jovem (Ingrid Guimarães). Hiperativa, ela não larga o pé de seus filhos Marcelina e Juliano (Mariana Xavier e Rodrigo Pandolfo), sem se dar conta que eles já estão bem grandinhos. Um dia, após descobrir que eles a consideram uma chata, resolve sair de casa sem avisar para ninguém, deixando todos, de alguma forma, preocupados com o que teria acontecido. Mal sabem eles que a mãe foi visitar a querida tia Zélia (Sueli Franco) para desabafar com ela suas tristezas do presente e recordar os bons tempos do passado.

A primeira semelhança que Minha Mãe é uma Peça obtém perante outras comédias brasileiras é o destaque desproporcional d@ protagonista diante dos personagens secundários, Paulo Gustavo apesar de seu histerismo exacerbado, consegue arrancar boas risadas com sua atuação leve e descontraída, mesclando experiências tantos no teatro quanto pessoais (vide uma imagem pessoal do mesmo ao termino do filme). Mas o mesmo nível de Paulo Gustavo não passa aos outros atores globais como Ingrid Guimarães tamanha superficialidade da personagem como desempenho da mesma. 

O roteiro é outro ponto incomum que se aproxima das comedias brasileiras lançadas no mercado cinematográfico, apesar da sua crítica a classe média brasileira (mesmo que leve), ela é rodeado de estereótipos que rodeiam a nossa nação como, por exemplo, a filha mais de Dona Hermínia que é gorda, sem hábitos de higiene e que se alimenta exageradamente. Na sua estrutura contém enraizados alguns preconceitos da sociedade, como a mãe que tem dificuldade de aceitar homossexualidade do seu filho. Além de seus flashblacks sem sentido, de pouca agregação ao roteiro e com muitas cenas que destoam do real (como a cena que Dona Hermínia vai buscar sua filha numa boate), mas que trazem graça à trama. 

É evidente que Minha Mãe é uma Peça conseguiu chegar ao seu alcance, manter aquecido o cinema brasileiro e proporcionar diversão ao seu expectador, mas quando se observa obras de maior cunho artístico e até mesmo crítico como Doméstica e Som ao Redor que são financiados por políticas culturais do governo federal e são poucos vistas pelos seus próprios patrocinadores (a sociedade em geral) fica a preocupação de termos uma melhor distribuição desses filmes, enquanto isso continuaremos “apreciar” obras deste tipo de gênero.


 NOTA: 8,0

FICHA TECNÍCA
Direção: Andre Pellenz
Roteiro: Paulo Gustavo
Gênero: Comédia
Origem: Brasil
Duração 78 minutos
Ano: 2013


Trailer do filme



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