A Experiência que deu
certo
Claudio Assis já seguia uma linha de filmes polêmicos (Amarelo
Manga e Baixio das Bestas) em que o público mais leigo estranhava enquanto os
críticos adoravam (com atores conhecidos como Dira Paes), mas com Febre de Rato
o tom subversivo é tão forte que nem a fotografia preta e branca aumenta esse sentimento.
Febre do rato conta a história do poeta Zizo um ser
inconformado de atitude anarquista que tem um jornal que pública as próprias
custas. Tendo atitudes fora dos padrões como ter relações sexuais com vizinhas senhoras
de idade. Um dia todas as convicções de começam a ruir quando conhece Eneida.
Nesse contexto que podemos ver as contradições e subversões do ser humano no
seu mais claro relacionamento entre si.
A fotografia de Febre de Rato se casa de forma divina aos
personagens considerados por esta sociedade estranhos e sem cores tornando a
obra tão plástica e bela. As vezes parece que o mundo em que os personagens
estão inseridos, são por eles visto deste jeito, apesar da escolha arriscada e
pouco comercial casou bem com filme.
Os atores merecem ser lembrados pela coragem em atuar neste
filme de grande carga dramática, destaques para os sempre bons Irandhir Santos
que faz muito bem o poeta Zizo e Matheus Nachtergaele como paizinho (trabalhou
com o diretor nos seus outros filmes), como todo elenco em grande sincronia cênica,
mas a surpresa está para atriz Nanda Costa que surpreende pela sua grande
atuação para uma personagem difícil em contraponto com seus papeis em novelas globais.
As escolhas de plano do diretor Cláudio Assis aumentam mais
este incômodo que o público com o passar do filme sente, estás alternativas que
o diretor apresenta como nas cenas em câmera alta, plano horizontais entre
outros. Parece que para o expectador é filme desorganizado, mas está impressão
é parte de uma organização muito bem feita.
O roteiro feito de muita coragem por tocar em assuntos ainda
tabus na nossa sociedade ( como a homossexualidade) mostra como ideias e
ideologias não verdades absolutas e de como um elemento pode transformar tudo
isto originando um ser ainda mais subversivo e culminando no seu desorganizado
que acaba se organizando no todo.
Muitos atores desse filme afirmaram que está obra era um
experimento, fiquei com medo destas declarações pois quando dizem isso muitas
das vezes a obra não é boa, ainda bem que toda regra tem exceção e que muitos
experimentos nacionais apareçam.
Nota 9,00
FICHA TÉCNICA
Direção: Cláudio Assis
Roteiro: Hilton Lacerda
Gênero: Drama
Ano 2012
Origem: Brasil
Duração: 110 minutos
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