segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Febre do Rato - Crítica de filmes


A Experiência que deu certo

Claudio Assis já seguia uma linha de filmes polêmicos (Amarelo Manga e Baixio das Bestas) em que o público mais leigo estranhava enquanto os críticos adoravam (com atores conhecidos como Dira Paes), mas com Febre de Rato o tom subversivo é tão forte que nem a fotografia preta e branca aumenta esse sentimento.

Febre do rato conta a história do poeta Zizo um ser inconformado de atitude anarquista que tem um jornal que pública as próprias custas. Tendo atitudes fora dos padrões como ter relações sexuais com vizinhas senhoras de idade. Um dia todas as convicções de começam a ruir quando conhece Eneida. Nesse contexto que podemos ver as contradições e subversões do ser humano no seu mais claro relacionamento entre si.

A fotografia de Febre de Rato se casa de forma divina aos personagens considerados por esta sociedade estranhos e sem cores tornando a obra tão plástica e bela. As vezes parece que o mundo em que os personagens estão inseridos, são por eles visto deste jeito, apesar da escolha arriscada e pouco comercial casou bem com filme.

Os atores merecem ser lembrados pela coragem em atuar neste filme de grande carga dramática, destaques para os sempre bons Irandhir Santos que faz muito bem o poeta Zizo e Matheus Nachtergaele como paizinho (trabalhou com o diretor nos seus outros filmes), como todo elenco em grande sincronia cênica, mas a surpresa está para atriz Nanda Costa que surpreende pela sua grande atuação para uma personagem difícil em contraponto com seus papeis em novelas globais.

As escolhas de plano do diretor Cláudio Assis aumentam mais este incômodo que o público com o passar do filme sente, estás alternativas que o diretor apresenta como nas cenas em câmera alta, plano horizontais entre outros. Parece que para o expectador é filme desorganizado, mas está impressão é parte de uma organização muito bem feita.

O roteiro feito de muita coragem por tocar em assuntos ainda tabus na nossa sociedade ( como a homossexualidade) mostra como ideias e ideologias não verdades absolutas e de como um elemento pode transformar tudo isto originando um ser ainda mais subversivo e culminando no seu desorganizado que acaba se organizando no todo.
Muitos atores desse filme afirmaram que está obra era um experimento, fiquei com medo destas declarações pois quando dizem isso muitas das vezes a obra não é boa, ainda bem que toda regra tem exceção e que muitos experimentos nacionais apareçam.

Nota 9,00

      FICHA TÉCNICA
Direção: Cláudio Assis
Roteiro: Hilton Lacerda
Gênero: Drama
Ano 2012
Origem: Brasil
Duração: 110 minutos

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